A nova extrema-direita tem sido abordada por diferentes enfoques. Dentre os mais destacados, Enzo Traverso (2018) utiliza o termo “pós-fascismo”, enquanto Cas Mudde (2007; 2017) nomeia “direitas radicais”. Neste artigo, sustentamos que, do ponto de vista da política externa, essas categorias não captam bem este novo fenômeno e utilizamos o conceito de “novas direitas neopatrióticas”. Propomos que este grupo de atores possa ser identificado ao longo de dois eixos- o primeiro ligado à identificação ideológica esquerda - direita (principalmente às pautas morais e religiosas) contrapondo o progressismo e o conservadorismo, e o segundo relacionado às posições sobre a globalização, contrapondo cosmopolitismo e nacionalismo ou soberanismo. Demonstramos nosso conceito por meio de dados referentes aos discursos e votos expressados por todos os governos do mundo na Assembleia Geral da ONU, entre 2013 e 2020, desenvolvendo índices que mensurem as duas dimensões propostas. Os resultados evidenciam a validade de nosso argumento, apresentando líderes como Donald Trump, Viktor Orbán, Benjamin Netanyahu e Jair Bolsonaro como os mais conservadores e antiglobalistas no âmbito da política externa.